sexta-feira, 4 de maio de 2012

DEVE O CRISTÃO PARTICIPAR DA POLÍTICA?

A essa pergunta, muitos respondem: “Claro que sim! Quanto melhor o cristão, melhor político será”.
É inegável o fato de que muitos cristãos participam da política. Fazem isso em nome da justiça e para o bem de seus semelhantes. Contudo, a pergunta mais importante do servo de Cristo deve ser:  O que agrada ao meu Senhor?  Devemos buscar aquilo que O agrada?  O Senhor não expressa nada em Sua Palavra a esse respeito?  Vejamos o que dizem as Escrituras.

O QUE  É  O  CRISTÃO?
Eram cristãos os heróis do Antigo Testamento, tais como Abraão, Moisés ou Davi?  Se dúvida, eles demonstraram uma fé verdadeira, foram verdadeiros crentes  -  mas não eram cristãos!
O cristão reconhece a "JESUS CRISTO" como o seu Salvador pessoal, o qual morreu por ele na cruz. Mediante a fé em Jesus, foi justificado e tornou-se filho de "DEUS" . Pertence à esfera espiritual de bênçãos particulares introduzida com a chegada do "ESPÍRITO SANTO" à terra, após a morte, ressurreição e ascensão de "JESUS CRISTO" à glória eterna. O "ESPÍRITO SANTO" habita nele e o une a Cristo nas regiões celestiais.  Juntamente com os irmãos na fé, recebe um chamado celestial e é abençoado com toda sorte de bênçãos espirituais nas regiões celestiais em Cristo.  É visto como morto e ressuscitado com Cristo, e a sua posição é a de uma identificação com Cristo. E, até o dia em que todas as coisas forem manifestas, é convocado a andar à luz dessas verdades, como estrangeiro e peregrino na terra.
Tudo isso é-nos mostrado claramente nas Sagradas Escrituras. Vale a pena examina-las mais de perto a fim de nos convencermos de toda a verdade.
Querido irmão, você tem certeza que é um cristão?  Está justificado de todo pecado?  O "ESPÍRITO SANTO" habita em você? É membro do Corpo de Cristo, do qual Ele mesmo é a Cabeça glorificada no céu? "DEUS"  pode referir-se a você como qualquer um de "DEUS"  filhos?  


ISRAEL  E  A  IGREJA
Para uma visão geral do assunto que propomos, lembremo-nos de que foi do agrado de "DEUS" , em Seus eternos conselhos para com os homens, escolher dois povos segundo a Sua boa vontade.
O primeiro foi Israel. Amado com o amor eterno e escolhido desde a fundação do mundo, esse povo foi chamado por "DEUS"  para ocupar um lugar único na terra, para ser uma bênção entre todos os outros povos. Contudo, falhou completamente em sua vocação.  Depois de muitos séculos de pecado e rebeldia. A sua perversidade culminou com a crucificação do Messias prometido. Por causa desse terrível ato, "DEUS"  cortou as relações com esse povo, que era culpado, mas nem por isso tal sansão dói definitiva.  Muitas profecias falam com clareza acerca do dia em que "DEUS"  fará que os corações dos filhos de Israel se voltem para Cristo.  Então restabelecerá relações diretas com eles e virá a ser o meio pelo qual poderá abençoar todas as nações da terra.
E, durante a espera para a restauração de Israel, "DEUS"  trouxe à luz o propósito que havia concebido antes da fundação do mundo referente à Igreja.  Homens e mulheres, retirados tanto de entre os gentios quanto do meio dos judeus, seriam congregados em um único povo para ser propriedade especial de Cristo e Seus co-herdeiros e para estar estreitamente unidos a Ele.
Esse fato é um mistério que permaneceu oculto às gerações passadas. Contudo, a sua revelação constitui uma das linhas distintivas do cristianismo e o distingue de tudo que aconteceu antes, assim como de tudo que irá acontecer (Ef 3).
Israel, por assim dizer, foi posto de lado, de modo que a Igreja (composta de todos os verdadeiros cristãos desde o Pentecostes) agora ocupa o primeiro plano. Depois que ela tiver concluído o seu curso na terra e alcançado o seu glorioso destino no céu, Israel será restabelecido e virá a ser o centro da bênção de "DEUS"  para a terra.

Freqüentemente, fala-se de Israel como  “o povo terreno” e da Igreja como o “povo celestial” de "DEUS" .  Essas expressões são muito apropriadas. Israel recebeu um chamado celestial, com promessas relativas à terra, enquanto o chamado da Igreja é celestial, bem como a sua vocação, e a bênção a que tem direito estão nas regiões celestiais.  Essa diferença torna-se mais evidente se buscarmos nas Escrituras passagens concernentes a essas duas grandes categorias;  a bênção dos judeus e a bênção dos cristãos.


DUAS  GRANDES  CATEGORIAS  DE  BÊNÇÃOS
Vejamos primeiramente o que diz (Dt 28), observando a natureza das bênçãos prometidas:  “Se ouvires a voz do Senhor, teu "DEUS" , virão sobre ti e te alcançarão todas as bênçãos:  Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da terra, e o fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas. Bendito o teu cesto e a tua amassadeira” (Dt 28:2 e todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor teu Deus:   3 Bendito serás na cidade, e bendito serás no campo.   4 Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto do teu solo, e o fruto dos teus animais, e as crias das tuas vacas e das tuas ovelhas.  5 Bendito o teu cesto, e a tua amassadeira ). E assim sucessivamente.
Imediatamente, percebemos que as bênçãos prometidas aos israelitas por sua obediência a "DEUS"  estavam relacionadas com a prosperidade terrena.  Já em (Ef 1:3 Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nas regiões celestes em Cristo; ), quão diferentes são!  -  “Bendito o "DEUS"  e Pai de nosso Senhor "JESUS CRISTO", que nos tem abençoado com toda sorte de bênção espiritual nas regiões celestiais em Cristo”.

O que significa o  “nos” nesse versículo?  Os cristãos!  Nossas bênçãos são espirituais, celestiais, em contraste com as bênçãos temporais e terrenas prometidas ao israelita piedoso e obediente.

Os cristãos não receberam nenhuma promessa com respeito à prosperidade terrena.  Pelo contra’rio, os mais piedosos eram, com freqüência, os mais pobres.  Vejamos, por exemplo, o apóstolo Paulo.  Ele disse de si mesmo: (I Co 4:11  “Até à presente hora, sofremos fome, e sede, e nudez; e somos esbofeteados, e não temos morada certa”) . Há uma grande diferença entre o cesto e a amassadeira abençoados e a condição descrita na passagem acima.
Nunca é demasiado insistir no fato de que a pátria do cristão está no céu (Fp 3:20  Mas a nossa pátria está nos céus, donde também aguardamos um Salvador, o Senhor Jesus Cristo ). E a palavra “pátria” tem estreita relação com o tema que estamos tratando:  “a política”.

Talvez algum cristão deseje um caráter “mais celestial”.  É um desejo bom, caso tenha em mente o andar e a conduta diários de um autêntico cristão. Permita-nos "DEUS"  que todos sejamos mais celestiais!  Não podemos permitir, no entanto, que a nossa debilidade enfraqueça a verdade fundamental de que nós, cristãos, somos um povo celestial segundo o propósito e a vocação de "DEUS" . Diferentemente da nação israelita, pertencemos ao Céu. Essa é a nossa pátria.


A  REJEIÇÃO  A  “CRISTO”
Na época em que o Senhor Jesus vivia na terra, já havia homens ocupados na construção de um grande sistema mundial.  A religião tinha o seu lugar nessa estrutura, contudo, não havia lugar para o Senhor Jesus.  Ele era um corpo estranho, era  “a pedra que os construtores rejeitaram” (Mt 21:42 Disse-lhes Jesus: Nunca lestes nas Escrituras: A pedra que os edificadores rejeitaram, essa foi posta como pedra angular; pelo Senhor foi feito isso, e é maravilhoso aos nossos olhos? ).

Os homens estão sempre construindo, e vemos ao nosso derredor o grande edifício do sistema mundial.  Que sistema fabuloso!  Nele há lugar praticamente para tudo que o ser humano desejar.  Não obstante, note bem, esse grande sistema permanece fechado para Cristo.  Os líderes deste mundo negaram-Lhe um lugar e O crucificaram.

Para o coração sincero, esse ato capital revela todas as coisas em sua verdadeira luz.  Jamais nos esqueçamos de que estamos de passagem em um mundo que rejeitou ao nosso Senhor e O cobriu de vergonha. Estamos consciente disso?  Não basta esse único feito para que consideremos este mundo o  “vale da sombra e da morte” ?  Como compartilhar as esperanças e as ambições deste mundo enquanto aquEle a quem amamos foi e continua sendo excluído dele?
Além do mais, o mundo recebeu o grande inimigo de Cristo, Satanás, como príncipe e como deus. Do ponto de vista político,  Satanás é  “o príncipe do mundo” (Jo 14:30 Já não falarei muito convosco, porque vem o príncipe deste mundo, e ele nada tem em mim; ), e, do ponto de vista religioso,  “o deus deste século” (II Co 4:4 nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a imagem de Deus ).

Então, não é difícil concluir que o presente mundo é perverso.  Assim (Gl 1:4 o qual se deu a si mesmo por nossos pecados, para nos livrar do presente século mau, segundo a vontade de nosso Deus e Pai,) o qualifica. Ensina-nos essa passagem que Cristo  “se entregou a si mesmo pelos nosso pecados, para nos desarraigar deste mundo perverso”.  Pertencemos a outra esfera.  Vivemos a época do domínio de Satanás. O Senhor, falando de Seus redimidos, disse explicitamente: ( “Eles não são do mundo, como também eu não sou” Jo 17:16).  Passagem alguma na Bíblia afirma que o cristão foi colocado neste mundo com o propósito de melhorá-lo. O dever do cristão é dar testemunho daquEle que foi rejeitado e ao qual estamos unidos agora e por toda a eternidade.
Deixemo-nos impregnar pelo fato de que Cristo foi rejeitado e perguntemo-nos com sinceridade se é digno ter outro papel neste mundo senão o de estrangeiro.


A  VIDA  DE  CRISTO  NA  TERRA
Sem dúvida, já avançamos bastante na resposta à pergunta do título deste artigo.  Os fatos e princípios considerados até aqui mostram com clareza que só há um resposta:  NÃO!
Contudo, ainda há outras coisas a serem analisadas.  Em primeiro lugar, vejamos o que podemos aprender da vida do Senhor Jesus na terra.
Naquela época, havia grande agitação política. A Judéia fora anexada ao Império Romano, e um governador representava  o detestável poder pagão em Jerusalém. O sentimento nacionalista estava vivo. Os fariseus estavam à espreita, buscando oportunidade para derrubar o poder e livrar-se do jugo que os enfurecia. Em tais circunstância, não é de estranhar que esperassem um posicionamento do Senhor Jesus no tocante àquela situação ou o Seu apoio, quer ao partido nacional, com tendência patriótica e religiosa, quer seja ao seu oponente, o partido romano, representado pelo herodianos. Em certa ocasião, representantes dos dois partidos trataram de obter uma opinião política do Senhor, valendo-se desta maliciosa pergunta:  “É lícito pagar tributo à César ou não?” (Mt 22:17 Dize-nos, pois, que te parece? É lícito pagar tributo a César, ou não? ).  O que Ele iria aconselhar: que suportassem pacientemente o jugo dos romanos ou que se rebelassem com eles?

Para o político, que ocasião mais brilhante para se fazer entender!  Representantes dos dois partidos mais importantes do país aguardavam com impaciência uma resposta. Como o grande Mestre se pronunciaria? Mostraria inclinação ao partido do governo ou declararia apoio ao movimento de resistência?
Logo perceberam que o Senhor Jesus nada tinha a declarar a respeito da política da época. A Sua missão na terra consistia em recordar os direitos de "DEUS"  ao coração humano e à consciência dos que O rodeavam.  Por isso, mostrando-lhe a moeda destinada ao pagamento do tributo imperial, perguntou: “De quem é esta efígie e inscrição?  Responderam: De César. Então, lhes disse:  Daí, pois a César o que é de César e a "DEUS"  o que é de "DEUS" ” (Mt 22:20 Perguntou-lhes ele: De quem é esta imagem e inscrição?  21 Responderam: De César. Então lhes disse: Dai, pois, a César o que é de César, e a Deus o que é de DEUS").

Provavelmente, essa resposta suscitou murmuração no partido dos fariseus.  “Que falta de patriotismo”,  devem ter pensado. “Por que não incitou o povo a lutar pela liberdade e a resistir à tirania?  Não é possível recordar esse incidente sem lembrar que o Senhor Jesus deliberadamente recusou tomar posição a respeito da questão política.

Antes disso, o Senhor já tivera a oportunidade de comandar uma multidão entusiasmada e pronta a defender a independência da Galiléia, província do norte da Palestina.  O povo estava tão impressionado com o poder do Senhor, depois de vê-Lo alimentar uma grande multidão com alguns pães e peixes. Que decidiram proclama-Lo rei (Jo 6:15 Percebendo, pois, Jesus que estavam prestes a vir e levá-lo à força para o fazerem rei, tornou a retirar-se para o monte, ele sozinho. ).  Mas não foi com essa finalidade que Ele veio a terra. Não desejava ser arrastado a semelhante movimento e por isso retirou-Se sozinho para o monte. Não era homem de política. O seu desígnio era servir a "DEUS"  e salvar os homens.

  Em outra ocasião, pediram-lhe que desempenhasse o papel de juiz em uma disputa. Qual seria a nossa reação em tal circunstância?  Imaginaríamos estar diante de uma excelente oportunidade para praticar a justiça e fazer uma boa obra entre os homens?  Teríamos aceitado desempenhar esse papel?  Observe que o Mestre não fez tal coisa.  “Mas Jesus respondeu:  Homem, quem me constituiu juiz ou partidor entre vós? (Lc 12:14 Mas ele lhe respondeu: Homem, quem me constituiu a mim juiz ou repartidor entre vós?). Sua tarefa era muito diferente e muito mais importante.

Talvez alguém pergunte:  “Existe algo de errado na arbitragem(decidir, resolver segundo a própria consciência)?” Evidentemente que não!  A arbitragem (decidir, resolver segundo a própria consciência) é melhor que a disputa. É preferível que o mundo ponha em ordem os seus conflitos por meio do diálogo, em vez de pela guerra. Contudo, é surpreendente que o Senhor "JESUS CRISTO" tenha deixado esse assunto para os outros. Não condenou a arbitragem, mas também não tomou parte dela, pois não dizia respeito ao que Ele chamava “negócio de meu Pai” (Lc 2:49 Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai? arc). E o caminho do Mestre é sem dúvida o que todo discípulo deve seguir.  


OS  PRIMÓRDIOS  DO  CRISTIANISMO
No início do cristianismo, a escravidão era uma instituição bem estabelecida e de uma crueldade sem limites.  Não era difícil imaginar que os servos de Cristo fossem chamados a empreender uma campanha pela abolição. No entanto, a epístola a Filemom mostra-nos que os cristãos da Igreja primitiva não moveram um dedo para mudar a situação. Onésimo escravo fugitivo, converteu-se por meio da pregação do apóstolo Paulo em Roma.  Em vez de aproveitar a oportunidade para denunciar o mal da escravidão, o apóstolo enviou de volta o escravo ao seu amo, também cristão, com uma mensagem cheia de amor e delicadeza. Pedia-lhe que recebesse o seu escravo como a um irmão em Cristo.

Nenhum cristão pode permanecer indiferente aos maus-tratos  infligidos aos escravos  -  daquela época ou atual  -  sem falar dos horrores ligados ao comércio de escravos que em alguns lugares ainda é praticado.  Contudo, o recurso do cristão é o próprio "DEUS" , não a agitação, a propaganda política, as petições dirigidas ao Congresso ou a mobilização das massas!  Não!  O recurso é entrar na presença de "DEUS" , depositar diante dEle o fardo que o mundo faz pesar sobre o nosso coração e depois sair para anunciar as Boas Novas de Cristo Jesus para todos os homens.
Dessa forma, o cristão poderá servir ao Mestre corretamente. É o que nos mostra o Novo Testamento.


A  ÉPOCA  ATUAL
Nesta época em que o espírito democrático penetrou em toda parte, não devemos nos esquecer de que os cristãos são exortados a honrar o rei (I Pe 2:17 Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei). Quem estava no trono quando o apóstolo Pedro escreveu essa exortação?  Certamente não era um bom rei.  Era Nero, um dos piores tiranos que o mundo já conheceu, o homem que mandou matar a própria mãe e a esposa. Essa personificação do vício e da crueldade usava a coroa imperial!  Os cristãos da época, todavia, não foram chamados a participar de nenhum movimento para derrubar o imperador ou para instituir um governo melhor.  Deviam, isto sim, perseverar em tranqüila obediência, suportando “tristezas, sofrendo injustamente”.  Sim, foram chamados para isso.  Ainda mais, apesar de toda oposição, deviam honrar ao rei (I Pe 2:13 Sujeitai-vos a toda autoridade humana por amor do Senhor, quer ao rei, como soberano,  14 quer aos governadores, como por ele enviados para castigo dos malfeitores, e para louvor dos que fazem o bem.  15 Porque assim é a vontade de Deus, que, fazendo o bem, façais emudecer a ignorância dos homens insensatos,  16 como livres, e não tendo a liberdade como capa da malícia, mas como servos de Deus.  17 Honrai a todos. Amai aos irmãos. Temei a Deus. Honrai ao rei.  19 Porque isto é agradável, que alguém, por causa da consciência para com Deus, suporte tristezas, padecendo injustamente ). Toda autoridade é instituída por "DEUS"  (Rm 13:1 Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as que existem foram ordenadas por Deus  ), e o cristão deve submeter-se a ela, em vez de se opor.

Certos cristãos vêem as coisas de outra maneira. Pensam que é seu dever fazer o possível para dar dimensão moral à vida política, uma dimensão de honradez.
Os que pensam assim deveriam considerar o caso de Ló.  Ele era um homem justo (II Pe 2:7 e se livrou ao justo Ló, atribulado pela vida dissoluta daqueles perversos ) , mas cometeu um grave erro.  Após estabelecer-se na cidade de Sodoma, aceitou uma posição de autoridade.  Vemo-lo assentado à entrada da cidade, lugar ocupado apenas pelos magistrados (Gn 19:1 À tarde chegaram os dois anjos a Sodoma. Ló estava sentado à porta de Sodoma e, vendo-os, levantou-se para os receber; prostrou-se com o rosto em terra,).  Ló desejava a justiça no insalubre ambiente de Sodoma. Contudo, os seus esforços acabaram em total fracasso. O seu testemunho foi em vão, as suas advertências foram ignoradas e a destruição da cidade fez dele um fugitivo arruinado, que acabou miseravelmente os seus dias em uma caverna (Gn 19:30  E subiu Ló de Zoar, e habitou no monte, e as suas duas filhas com ele; porque temia habitar em Zoar; e habitou numa caverna, ele e as suas duas filhas. ). Que triste lição!

Alguém ainda poderá perguntar:  “Não é melhor procurar eleger os melhores candidatos para o Congresso?  Não aprovariam assim as melhores leis? O país não seria mais bem governado?

Tal raciocínio é válido, mas com freqüência ocorre exatamente o contrário. É notável que, quando chegou o tempo de estabelecer um homem para governar o mundo inteiro, "DEUS"  tenha escolhido um tirano ditador violento:  Nabucodonosor.  Esse homem foi o chefe do primeiro grande império das nações, na época em que Israel foi privado do favor divino por causa da desobediência. Em vez de deixa-lo sob o poder de reis da linhagem de Davi, "DEUS"  entregou o seu povo nas mãos de Nabucodonosor, a  “cabeça [....] de fino ouro” (Dn 2:32).  "DEUS"  está acima de tudo e pode fazer cumprir a Sua vontade tanto por meio de homens maus que poderão vir a se converter, e serão um valioso testemunho no meio a que pertencem, ou por meio de homens bons. Que os cristãos dediquem a sua vida a coisas que dizem respeito ao Seu Senhor e Salvador Jesus Cristo e deixem o mundo ocupar-se das coisas que dizem respeito ao seu mestre. 

  
OS  DIAS  VINDOUROS
Para o irmão leitor e atento da Palavra de "DEUS" , é evidente que Satanás exerce influência sobre o imenso sistema deste mundo. Esse sistema ainda não chegou ao seu apogeu, mas o seu desenvolvimento é descrito nas profecias.
Os países da Europa terão um preponderante papel nesse vasto sistema organizado pelo diabo.  Constituirão uma federação de dez reinos, governados por um líder que as Escrituras chamam “a besta” (Ap 13). Os judeus, de volta à Palestina e ainda incrédulos, terão por um rei um homem cuja maldade será desenfreada:  “o anticristo”.  A besta e o anticristo farão uma aliança que culminará em uma profusão do mal sobre a terra.  Poderíamos nos estender na descrição das terríveis coisas que acontecerão. Os juízos sobre os “moradores da terra”  serão indescritíveis, e os seus sofrimentos, insuportáveis.  Muitos detalhes referentes a essa época podem ser encontrados nos livros de Daniel e Apocalipse.  Estejamos plenamente consciente de que esse será o desenlace da política atual.
Porém, se  Satanás está construindo esse grande sistema, a ser dominado por ele, "DEUS"  também tem um plano em vista, no qual Cristo desempenha  o papel central. Não estamos falando do Céu nem do estado eterno, e sim do Reino de Cristo conhecido como o Milênio, os mil anos de bênçãos e de glória sobre a terra.

Em (Dn 2:34 Estavas vendo isto, quando uma pedra foi cortada, sem auxílio de mãos, a qual feriu a estátua nos pés de ferro e de barro, e os esmiuçou.   35 Então foi juntamente esmiuçado o ferro, o barro, o bronze, a prata e o ouro, os quais se fizeram como a pragana das eiras no estio, e o vento os levou, e não se podia achar nenhum vestígio deles; a pedra, porém, que feriu a estátua se tornou uma grande montanha, e encheu toda a terra ), vemos o grande sistema mundial destruído por  “uma pedra [....] cortada sem auxílio de mãos” que  “se tornou em grande montanha, que encheu toda a terra”. Essa passagem mostra-nos o que irá substituir o grande sistema deste mundo após a sua destruição.  “"DEUS"  do céu suscitará um reino que não será jamais destruído” (Dn 2:44 Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu suscitará um reino que não será jamais destruído; nem passará a soberania deste reino a outro povo; mas esmiuçará e consumirá todos esses reinos, e subsistirá para sempre. ). Numerosas profecias dão testemunho de que Jerusalém será a capital desse maravilhoso Reino e que a justiça e a paz serão estabelecidas até os confins da terra. Então, os homens embainharão as suas espadas e nunca mais farão guerra.

Contudo, o cristão terá a sua porção numa esfera muito mais elevada e gloriosa. Se o mundo vindouro possui o seu lado terrestre, apresenta também o lado celestial, o Reino do Pai, em que, na qualidade de filhos, estaremos para sempre em nossa morada. Em adoração, poderemos contemplar todas as glórias de Cristo com relação às bênçãos destinadas aos homens na terra, mas estaremos com Ele, habitando no amor do Pai e conhecendo-o como também somos conhecidos (I Co 13:12 Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou plenamente conhecido. ).

Que maravilha!  E, desde já, podemos nos regozijar com essa cena gloriosa. Ainda não chegamos lá, mas podemos adentrar ali, pelo poder do "ESPÍRITO SANTO", e desfrutar o Reino de felicidade eterna.  O Espírito estende a Sua glória sobre o nosso coração e faz-nos ver aquEle que é o centro:  O Filho amado do Pai. 

Se tivéssemos mais consciência da alegria inerente á morada celestial, viveríamos, pelo Espírito de "DEUS" , em uma esfera em que as ambições deste mundo não teriam lugar.  Também buscaríamos passar o tempo de nossa estada aqui cumprindo a vontade do Pai e defendendo os interesses daquEle que foi rejeitado na terra e elevado ao alto, e não atuando a favor do sistema deste mundo. ( I Jo 5:19  Sabemos que somos de Deus, e que o mundo inteiro jaz no Maligno ).



Autor:  H. P. Barker
Leituras Cristãs – Vol 41,  nº 6

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