sexta-feira, 27 de abril de 2012

MESAS DERRUBADAS E OFERTAS!

Talvez uma das cenas mais lembradas por aqueles que estudam os dias que antecederam a crucificação de Jesus é aquela onde o Senhor Jesus entra no Tempo e expulsa de lá os negociantes. 

Leia como Mateus relata esse episódio: “Tendo Jesus entrado no templo, expulsou todos os que ali vendiam e compravam; também derribou as mesas dos cambistas e as cadeiras dos que vendiam pombas. E disse-lhes: Está escrito: A minha casa será chamada casa de oração; vós, porém, a transformais em covil de salteadores.” (Mateus 21:12-13).

Naquele tempo a celebração da Páscoa acontecia anualmente no templo em Jerusalém. Era uma das três festas anuais que exigiam o comparecimento de todos os homens, sendo as outras a festa de Pentecostes e a dos Tabernáculos.

Muitos judeus com suas famílias viajavam do mundo inteiro para Jerusalém durante essas festas. Assim, durante a Páscoa, a área do templo ficava sempre abarrotada com milhares de visitantes além dos seus habitantes.

O povo vinha até Jerusalém para oferecer animais como sacrifício pelos pecados. Muitos não podiam trazer consigo seus animais porque vinham de longe, ou porque não dispunham de animais nas perfeitas condições exigidas.

Vendedores de reses haviam se estabelecido nos átrios sagrados e aí vendiam bois, vacas, carneiros destinados aos sacrifícios. Outros mercadores e traficantes enchiam, com a mesma finalidade, grandes gaiolas com pombos em número considerável. Era uma verdadeira feira, tal a afluência de vendedores e compradores.

Também estavam ali sentados às suas mesas, sobre as quais se viam gamelas ou vasilhas com moedas de ouro, prata e cobre de toda espécie, os cambistas e almoxarifes que, com grande lucro e ganância, trocavam por moedas judaicas as gregas, romanas e outras, cujas inscrições e emblemas pagãos as tornavam inaceitáveis para o tesouro do Templo.

Cheio de indignação, Jesus expulsou do recinto sagrado mercadores e mercadorias, bois e ovelhas. E derrubando as mesas, derramou pelo chão o dinheiro dos cambistas, e aos que vendiam pombas, disse-lhes: “Tirai isso daqui e não queirais fazer da casa de meu Pai um lugar de negócio”.

A essa altura você já deve estar pensando e se perguntando o mesmo que eu: “O que Jesus faria se entrasse hoje na maioria dos templos cristãos, e visse tudo que estamos vendo nesses últimos tempos?”

Hoje ao invés de ovelhas e pombas, encontramos tantas coisas “ungidas” sendo “oferecidas” ao povo. São tantos lenços, óleo ungido, canetas consagradas, água do rio Jordão e tantas outras sendo usadas para “abençoar” o povo de Deus.

 Já fiz duras criticas quanto a tudo isso em outra ocasião. O que eu estava refletindo hoje ao ler essa passagem novamente é outra coisa. Na verdade é uma pergunta que eu gostaria de fazer: POR QUE TEMOS QUE PEDIR OFERTAS OU FALAR SOBRE DÍZIMOS EM TODOS OS NOSSOS CULTOS?

Nesses meus 36 anos de caminhada cristã não me lembro de um só domingo em que fui à igreja e não houve o famoso momento dos dízimos e ofertas. Hoje em dia, com tantas pessoas achando que a igreja é uma “fábrica de ganhar dinheiro”, será que não é hora de revermos essa atitude?

Responda-me você que é servo de Deus: Será que você precisa que alguém fale sobre ofertas para que você oferte? Será que com tantos e tantos anos de fé e conhecimento da Palavra ainda precisamos que alguém nos lembre culto após culto sobre essa questão da importância das ofertas?
Será que “alguns Pastores” acham que estamos com o mal de ALZHEIMERT?

Responda-me outra pergunta: Se você sai da sua casa com a sua oferta destinada a obra de Deus e chega à sua igreja e o pastor esquece o momento das ofertas, o que você faz? Volta para casa com seu dinheiro no bolso ou deixa a sua oferta lá da mesma forma?

Será que aquela viúva que Jesus elogiou por ofertar aquelas duas pequenas moedas já saiu de casa com a disposição de ofertar ou alguém teve de fazer um “apelo” ao coração dela? Fico com a primeira opção!

Tudo bem, sei que tem pessoas que adorariam que o pastor esquecesse-se de recolher as ofertas. Para esses eu gostaria de deixar um recado: Deus não precisa do seu dinheiro, fique bem sossegado. Guarde-o bem com você ou gaste-o como quiser.

Talvez você que está lendo esse texto agora seja pastor de alguma igreja e esteja querendo me perguntar: “Será que as pessoas irão ofertar se eu não falar sobre esse assunto?”.

Bom, para você que faz essa pergunta quero dizer que vai ser uma ótima oportunidade para conhecer o estado das suas ovelhas. E mais: vai ser uma excelente oportunidade para você perceber se é o mover de Deus que está levando o seu povo a ofertar ou o povo só está fazendo isso por se sentir obrigado ou constrangido.

Até que ponto confiamos realmente em Deus para o suprimento das necessidades da Sua obra?

Até que ponto você realmente contribui com alegria?

Deus te abençoe!


    Pr Sérgio Müller
 
sergio.muller@superig.com.br


Gentileza:  Pr  J. C. Madeira
madeira.jose@uol.com.br

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