sexta-feira, 27 de abril de 2012

$$ LOUCOS POR DINHEIRO $$

                                         
Em nome da fé evangélica algumas denominações extrapolam no zelo por arrecadar numerário para a manutenção da Casa do Senhor.

"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu, e não derramar sobre vós uma bênção tal, que delas vos advenha a maior abastança" (
Malaquias 3.10). O texto também fala em ofertas alçadas (verso 8).      

Tem havido uma interpretação perversa dessa passagem bíblica. Os dízimos passaram a ser um meio de salvação, e não há limites na fixação das ofertas. É preciso que os desavisados entendam que não podemos comprar as bênçãos de Deus; que não asseguramos a salvação com as obras de nossas mãos; que devemos buscar "primeiro o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas" (Mateus 6.33).

Em primeiro lugar devemos garantir a nossa salvação mediante sincero arrependimento, confissão dos pecados, mudança de vida, aceitação de Jesus como Senhor e Salvador. Na qualidade de salvos, de crentes em Jesus, então cumpriremos seus mandamentos, inclusive o de dizimar, e, nessas condições, faremos jus a todas as bênçãos e promessas catalogadas na Bíblia. Vejam:    
"Pois é pela graça que sois salvos, por meio da fé - e isto não vem de vós, é dom de Deus - NÃO PELAS OBRAS, para que ninguém se glorie" (
Efésios 2.8). O dízimo e as ofertas alçadas não salvam, mas os salvos ofertam com alegria. Somos salvos PARA as boas obras; não somos salvos PELAS boas obras.       
Não podemos colocar a fé no dízimo, na campanha da qual participamos, nem na denominação em que congregamos. A fé salvífica é a fé no Senhor Jesus, na Sua morte e ressurreição (João 3.18; Romanos 10.9; Efésios 2.8). Nenhuma religião ou denominação, seja católica, seja evangélica, é caminho de salvação. O CAMINHO É JESUS (João 14.6).       

O que se tem tornado público e notório é a busca sistemática e insaciável por recursos financeiros junto aos fiéis. Não resiste a uma análise mais profunda o argumento de que ninguém é forçado a contribuir, de que ninguém contribui contra sua própria vontade.
A grande maioria dos que buscam essas denominações que anunciam um evangelho deturpado e viciado são almas frágeis, enfraquecidas pelos embates da vida, que vão dispostas a fazer o sacrifício que for sugerido ou determinado. Não têm o conhecimento bíblico para refutar as heresias. Assim, acreditam que se venderem todos os seus bens e entregarem todo o dinheiro "aos pés de Jesus" terão resposta imediata de Deus.
A teoria do TUDO OU NADA é antibíblica e, portanto, herética. 
Certas denominações têm ensinado que riqueza é um sinal do favor de Deus, e pobreza um sinal da falta de fé. Esta teologia é antibíblica e herética. Aqui e acolá tomamos conhecimento de casos de pessoas desesperadas porque depositaram seus bens no cofre da denominação e agora não possuem nada; que tentaram "comprar" felicidade e bênçãos divinas, e agora ficaram a ver navios; e, o mais terrível, perderam completamente a fé. Vejam o que Jesus disse:    

"Bem-aventurados vós, os pobres, pois vosso é o reino de Deus; bem-aventurados vós, que agora tendes fome, pois sereis fartos; bem-aventurados vós, que chorais, pois haveis de rir; mas ai de vós, os ricos, pois já tendes a vossa consolação" (Lucas 6.20-24).
Só os pobres serão abençoados, e os ricos irão para o inferno? Não. Há ricos que não colocam o coração nas riquezas, e são salvos; há pobres que anseiam por serem ricos e não são abençoados. Vejam:   

"Os que querem ficar ricos caem em tentação e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, as quais submergem os homens na ruína e perdição.
Porque o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males, e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores" (1 Timóteo 6.9-10).

Os exemplos a seguir, pelo inusitado e extravagância teológica, sem paralelo na história recente da Igreja, denotam uma situação de ambição desenfreada, de loucura inteligente, de ânsia incontida, só comparável aos tempos da diabólica Inquisição e da venda de indulgências.

Sabem os promotores do mercantilismo religioso, que o povo brasileiro traz consigo a herança maldita da idolatria, exemplo das imagens dos santos falecidos, como algo tangível, visível, capaz de "auxiliar" na comunhão com Deus. Sabedores disto, procuram preencher a lacuna substituindo essas imagens por outras coisas, seja uma rosa, uma fitinha, um cajado, um manto, uma vassoura. É realmente uma jogada inteligente. É imperioso que o povo de Deus saiba que COISAS não transformam vidas, não trazem bênçãos, não afastam as maldições, não purificam os lares. A finalidade da Igreja não é arrecadar dinheiro, e o principal compromisso dos crentes não é contribuir com somas cada vez maiores. Vejamos quais são essas coisas.     


VASSOURA CONSAGRADA
- Durante a campanha os fiéis adquirem por bom preço uma vassoura que, depois de ungida, servirá para varrer toda contaminação da casa. Os comerciantes das localidades onde a campanha da vassoura é lançada lucram muito. Ora, a Bíblia diz claramente que o diabo foge de nós se estivermos sujeitos a Deus (Tiago 4.7). Se não abrirem os olhos espirituais esses fiéis irão pro inferno com vassoura e tudo.

SABONETE DO DESCARREGO
- Tomando-se sete banhos com determinado sabonete, adquirido por bom preço, todos os males fogem. Além de Tiago 4.7, temos João 8.32, 36: "Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará; porque se o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres". O sabonete só limpará a sujeira do corpo. A sujeira da alma só sairá se deixar o pecado.

ÓLEO DE ISRAEL - O ensino de que o óleo de Israel ou de Jericó é ungido não encontra amparo na Palavra de Deus. Esse óleo, vendido a bom preço nas campanhas, não é em nada superior a qualquer óleo comprado em qualquer mercearia. O óleo não cura; é apenas um complemento. Veja: "Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo com óleo em nome do Senhor" (Tiago 5.14). As dificuldades e os custos de frete para trazer um tonel de óleo de tão longe colocam dúvida sobre sua real origem.         

GOTAS DO SANGUE DE JESUS
- Esta é uma das maiores blasfêmias: a venda de doze gotinhas "vermelhinhas e milagrosas", em cartelas. É o máximo de heresia e falta de temor a Deus. O nome e o sangue de Jesus não devem ser vulgarizados. Ademais, trata-se de uma mentira, e mentira é do diabo, o pai da mentira.
 
PEDRA DE ISRAEL
- Leilão de pedra de Israel. Um absurdo. Muitos crentes pensam que tudo que vem de Israel é santo e purificador. O que nos purifica e santifica é Jesus em nós; é a justificação que recebemos no momento em que O aceitamos como Senhor e Salvador pessoal. Se forem muitas pedras, só servirão para algum serviço de construção, e nada mais.    

PAGODE GOSPEL
- Pistas de dança destinadas aos imitadores de Cristo. Dançar coladinho ou não coladinho é uma prática incompatível com a vida cristã. Não quis acreditar quando me contaram que há casos em que, após a cerimônia religiosa, afastam-se as cadeiras e a turma cai no embalo, com bebida alcoólica e tudo mais. Jesus faria isso? Jesus convidaria seus discípulos para um forrozinho, após um dia de trabalho? Jesus se agradaria se, ao entrar numa sinagoga, encontrasse um bacanal desse?

QUEIMAR PECADOS E PROBLEMAS - Consiste em cada um escrever seus problemas num papel para serem queimados no púlpito. Com isso, entendem que estão livres de suas aflições, dificuldades e pecados. Mentira do diabo. É preciso arrepender-se, confessar os pecados, e deixá-los (Provérbios 28.13; Atos 2.38; Romanos 10.9),         

O MANTO DE JESUS
- O manto foi ungido, então todos deverão tocar no manto de Jesus - antes dando sua oferta -, assim como fez a mulher com fluxo de sangue. Mentira do diabo. O manto não é de Jesus, e a graça não virá pelo simples toque num pedaço de tecido comprado na loja da esquina. A graça vem pela comunhão com Deus, pela fé na redenção que há em Jesus Cristo, que morreu para que tivéssemos vida abundante (João 3.16; 10.10).    

SAL GROSSO - Sal grosso afasta demônios. Então compre sal grosso. Mentira do diabo. O que expulsa demônios é o poderoso nome de Jesus (Marcos16. 17) e uma vida de sujeição a Deus (Tiago 4.7). O que se depreende desses atos indecorosos, é que os fiéis dessas seitas são consumidores cativos em potencial que consomem qualquer coisa, até capim queimado: "Mas os homens maus irão de mal a pior, enganando e sendo enganados" (2 Timóteo 3.13). O sal grosso não serve nem como condimento na culinária doméstica.      

CAJADO DE MOISÉS - A bênção estaria num pedaço de madeira, chamado "cajado de Moisés". Mentira do diabo. O pedaço de madeira foi adquirido no carpinteiro da esquina, não é e não representa o cajado de Moisés. E ainda que fosse, tal objeto nenhuma bênção poderia trazer ao povo de Deus. O crente já é abençoado porque nele mora o Espírito Santo. Coisas não produzem favores divinos. Já somos herdeiros das bênçãos celestiais: "Se somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus, e co-herdeiros de Cristo" (Romanos 8.17).  


A Bíblia dá a receita para ficarmos livres das investidas do diabo e de seus demônios: "Sujeitai-vos, pois, a Deus. Resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós. Lavai as mãos, pecadores, e vós de duplo ânimo, purificai os corações" (Tiago 4.7-8). Para uma pessoa livrar-se do mal basta aproximar-se de Deus com fé e obediência, arrepender-se e afastar-se do pecado. Veja:

"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra" (2 Crônicas 7.14). Não é preciso enxotar o diabo. Ele fugirá diante de um crente fiel. Dispensáveis, pois, vassoura santa, sabonete ungido, sal grosso, óleo de Jericó e tantas outras inutilidades.        


èNão sei por qual razão os mercadores ainda não lançaram no mercado da fé produtos de há muito conhecidos, tais como vela de sete dias, rosário, imagens e chifre de boi.
èE por que não uma pirâmide ungida, uma cabeça de bode, um tridente para ferrar o diabo?
èOu uma corda para amarrar os demônios?
èPor que não santificar e ungir todos os símbolos do Movimento Nova Era e do ocultismo, e vendê-los?   Poder-se-ia alegar que o sagrado estava tomando o lugar do profano.
èQue tal a idéia da imagem ungida do Senhor Jesus na Glória?
Pois o seu sangue e o seu manto já não estão nas prateleiras?

Há realmente campo para diversificação nessa área:
èO perfume de Madalena, já cantado em hinos, poderia ser ungido para ser usado no dia-a-dia; èOs cabelos que enxugaram os pés de Jesus;
èO jumentinho ungido, que carregou Jesus;
èPedaços da cruz de Cristo;
èPequenas gotas do mar vermelho, por onde o povo passou;
èA capa milagrosa de Elias;
èFios da barba de Arão.         

TUDO OU NADA - Esse é o último sacrifício para quem está no fundo do poço; para quem participou de muitas campanhas e nada conseguiu. É o tiro de misericórdia. As entrevistas televisivas não contemplam os casos de desespero; apresentam os que obtiveram sucesso. Realmente Deus opera por Sua infinita misericórdia, mas não pelo uso de objetos ou entrega de dinheiro. Se você continuar assim, meu amigo, minha amiga; se você continuar confiando em objetos, em coisas, você perderá tudo, ficará sem nada e colocará em risco sua salvação.         

ASSOCIADOS
- Aquele que se tornar sócio, e contribuir mensalmente com certa quantia será ricamente abençoado. E já começam a surgiu "entrevistas" de sócios que receberam bênçãos. Os que não aceitam o papel de inscrição de contribuinte ficam numa situação de constrangimento diante da "real" possibilidade de perder a bênção. Isso é mentira do diabo. Na Igreja do Senhor JESUS temos crentes, irmãos, irmãos de Jesus, santos, salvos, justos, filhos de Deus; não temos associados. Igreja não é clube social. Contribua ou não, o crente é um filho de Deus, uma pessoa bem-aventurada e herdeiro das promessas. As bênçãos recebidas são por sua condição de crente, e não pela qualidade de associado de um ministério.     

ROSA DE SAROM
- Rosa ungida, adquirida em campanha por bom preço, destinada a ungir a casa e afastar os males. Nada a ver com o evangelho do nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Nada a ver com a igreja primitiva dos apóstolos. Essas rosas tiradas do jardim mais próximo ou compradas no floricultor nada têm a ver com a declaração da donzela Sulamita, em Cantares 2.1: "Eu sou a rosa de Sarom, o lírio dos vales". O nome é sugestivo e a rosa é bela... mas para nada serve. É meio de ganhar dinheiro fácil.     

PALMILHA SANTA
- Se o irmão calçar a palmilha, comprada em campanha por bom preço, conseguirá tudo o que desejar; se entrar num carro novo, numa concessionária, certamente irá ganhar o carro. Heresia e mentira do diabo. Vê-se em toda essa loucura inteligente uma forma criativa de aumentar a renda. Nenhuma dessas invenções resiste a um confronto com a Palavra de Deus. A Bíblia diz: "Confia no Senhor e faze o bem; habita na terra, e vive tranqüilo”; "deleita-te no Senhor e ele te concederá os desejos do teu coração"; "entrega o teu caminho ao Senhor, confia nele, e ele tudo fará" (Sl 37.3-5).     

ROSÁRIO - O rosário de tal marca é ricamente ungido e beneficia quem o usa. Heresia pura. Rosário de fábrica nenhuma serve pra coisa alguma. Jesus ensinou de forma clara como devemos orar: "Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos" (Mateus 6.6-7). Nenhum objeto pode ser veículo da graça de Deus. Jesus ensinou a orar ao Pai, e a adorá-lO em espírito e em verdade (João 4.23) Ouçam: "não useis de vãs repetições", são palavras de Jesus.     

EXIGIR DE DEUS
- Uma interpretação estapafúrdia de Marcos 11.24 ensina que devemos exigir de Deus aquilo a que temos direito. O versículo diz: "Por isso vos digo que tudo o que PEDIRDES em oração, crede que recebestes, e será vosso". Dizem que PEDIR pode ser entendido como EXIGIR. Milhares de pessoas estão de forma arrogante exigindo bênçãos. Quem somos nós para exigirmos de Deus alguma coisa? E a soberana vontade de Deus não conta? Então teremos que alterar outras passagens bíblicas, tais como: Mateus 7.7-8: "Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á"; "Pois aquele que PEDE, recebe'. Mudemos para "Aquele que EXIGE, recebe". Mudemos também todo o enunciado de 2 Crônicas 7.14, em que Deus declara que só responde a orações de pessoas humildes, arrependidas e convertidas. Mudemos então muitos outros versículos que nos ensinam a PEDIR a Deus, e não dEle exigir (João 16.24; Tiago 1.5). Se Paulo soubesse dessa novidade teria EXIGIDO a cura do seu espinho na carne, mas ele pediu três vezes a Deus e não foi atendido (2 Coríntios 12.8). 

Devo dar nota dez pela criatividade dessas denominações chamadas "cristãs". Realmente o lançamento de objetos (coisas) no mercado da fé é bastante diversificado e tem alcançado os objetivos perseguidos, ou seja, o de elevar a arrecadação.
Que essas palavras sirvam de alerta aos irmãos que, por fé, aceitam as orientações e ensinos de seus líderes religiosos. Deus não se manifesta através de objetos, de sabonete, vassoura, imagens, óleo importado, cajado nem por meio de campanhas destinadas a arrecadar dinheiro. Quem confia num pedaço de pedra de Israel, também confia numa vela de sete dias e num chifre de boi para livrar-se das maldições. O crente não precisa de sal grosso para espantar demônios; ele próprio é sal da terra e luz do mundo, para combater a corrupção e as trevas. Reflitam nas palavras do apóstolo Paulo:        

"Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos anunciamos, seja amaldiçoado" (Gl 1.8).
E os vendilhões do templo e mercadores da fé reflitam nessas palavras:
"Mas disse-lhe Pedro: O teu dinheiro seja contigo para perdição, pois cuidaste que o dom de Deus se alcança por dinheiro. Tu não tens parte nem sorte nesta palavra, porque o teu coração não é reto diante de Deus. “Arrepende-te, pois, dessa tua iniqüidade e ora a Deus, para que, porventura, te seja perdoado o pensamento do teu coração, pois vejo que estás em fel de amargura e em laço de iniqüidade" (Atos 8.20-23).  

"E [JESUS] entrando no templo, começou a expulsar todos os que nele vendiam e compravam, dizendo-lhes: Está escrito: A minha casa é casa de oração, mas vós fizestes dela covil de salteadores" (Lc 19.45-46).

Autoria: Pr. Airton Evangelista da Costa
Ano: 2004
Modificado em maio/2010


Gentileza:  Pr  J. C. Madeira
madeira.jose@uol.com.br

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