sábado, 19 de novembro de 2011

Dessa Gente eu quero distância.


QUANTO TEMPO AINDA VOU TER DE AGUENTAR VENDO E OUVINDO ISSO?

Aqui vai um desabafo meu...

Quando ouvi falar de Jesus pela primeira vez em 1976 eu era apenas uma criança quase entrando na fase da adolescência. Naquela época eu só conhecia duas igrejas: a Igreja Católica e a Igreja Luterana, ou, ‘Protestante’ como meus pais diziam.

Depois de muitos anos sofrendo, minha mãe foi curada milagrosamente por Jesus na Igreja do Evangelho Quadrangular. Foi só então que eu fiquei sabendo que havia muitas outras igrejas por aí: Assembléia de Deus, Batista, Presbiteriana, etc.

Nessa época, para que algum pastor pudesse ter cinco minutinhos disponíveis em uma rádio era muito caro e complicado. Na TV então... nem pensar! Eram constantes as orações (e reclamações) para que “o povo de Deus pudesse pregar o evangelho através dos meios de comunicação”.

Aos poucos as coisas foram mudando e portas começaram a se abrir para que o evangelho chegasse aos lares das pessoas através das rádios e da TV. Era uma canção aqui... outra ali... E olha que ninguém usava o termo “gospel” naquela época. De cinco minutos passamos para dez... De dez para quinze... E não demorou muito já havia programas de meia hora na rádio.

Mas aí começaram a surgir os grandes problemas: FALTA DE QUALIDADE! Não havia pessoas preparadas para “tocar” esses programas. Não havia criatividade, muito menos experiência.

Resultado?

Comecei a ouvir programas ‘irritantes’. Era o irmão fulano de tal mandando um abraço para a irmã Mariquinha. O pastor da congregação tal avisando que no final de semana haveria a festa de aniversário da igreja e haveria muito ‘cachorro quente’. Eram intermináveis (na verdade, continuam sendo) os pedidos de músicas tipo: “Queria oferecer essa música para meu pai, minha mãe, minha irmã, meu namorado e para todos os jovens do “Grupo da Mocidade”... ah, e também para todos vocês aí da rádio”.

Pronto! Agora ao invés de termos uma rádio para evangelismo, tínhamos a nossa disposição uma rádio para nos comunicarmos entre nós... CRENTES! Toda programação era para CRENTES. Todas as canções tinham que ser do ‘gosto dos crentes’.

Então, em poucos anos os ‘cristãos’ começaram a invadir a TV também. Mas tudo feito no mesmo estilo que já era feito nas rádios.


Até chegarmos aos absurdos vergonhosos que temos visto e ouvido hoje em dia!

Pastores atacando-se uns aos outros e ‘lavando roupa suja’ diante de milhares de telespectadores.

Um fala daqui... o outro, achando-se mais ‘ungido’ respondendo de lá. Bate bocas intermináveis, cada um brigando para não ficar por baixo. Cada um querendo ser ‘o dono da verdade absoluta’, ou, ‘o pastor mais sábio do momento’.

Sim, e todos eles sedentos de popularidade, querendo ser consultados sobre qualquer assunto e achando o máximo quando conseguem falar por dois minutinhos no horário nobre de qualquer grande emissora do país. Aliás, até hoje eu não entendo por que tanto interesse em querer ser ‘reconhecido’ pela mídia. Parece até que a igreja “ganhou na loteria” quando uma emissoras dessas abre espaço para um cantor gospel.

Então eu ouço no dia seguinte: “Sérgio, você viu? Fulano cantou no Programa do Faustão! Não é o máximo?”

E eu digo: “E daí? Grande coisa! As dançarinas do Faustão continuaram dançando do mesmo jeito que dançariam se fosse o Roberto Carlos que estivesse cantando.
Ah, mas para os crentes... é o máximo!

“Ah, Sérgio, mas é uma forma de evangelizar!”

Sei... sei... evangelizar? Sei... sei... sei... Perdoem-me, mas ninguém me convence disso.

Que ‘espetáculo’ ridículo estamos proporcionando para o mundo assistir através das portas abertas que oramos tanto para termos. E isso não só através das discussões tolas, mas também de assuntos que deveriam ser tratados entre irmãos e não perante os incrédulos.
Será que já não basta a vergonha de se ‘pedir’ tanto dinheiro em rede nacional nos programas evangélicos, e agora mais isso? Querem que eu ligue a TV para ver e ouvir pastores guerreando um contra o outro também?

Infelizmente esse “líderes”, ”pastores”, “bispos”, “apóstolos”, “profetas”, “Dr em Teologia” ou sei lá que outros títulos muitos deles carregam tão orgulhosamente, são homens que não aceitam admoestações, nem exortações. Vivem em seus ‘tronos’, achando-se os ‘ungidos intocáveis de Deus’.

Mande um e-mail para eles elogiando-os, e você verá como rapidinho eles te respondem e publicam a sua mensagem em suas páginas, sites ou blogs. Mas, escreva para eles exortando-os ou dizendo que você não concordou com algo que eles disseram... Você terá muita sorte se eles pelo menos se dignarem a te responder. Mas esteja preparado para ser taxado de endemoniado.

Que eles aguardem... Que Deus tenha misericórdia deles!

Sinceramente, dessa gente eu quero distância!

Deus vos abençoe!

Sérgio Müller


Gentileza:  Pr  J. C. Madeira
madeira.jose@uol.com.br

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